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Errar é Umano…

  • Foto do escritor: Keyla Fernandes
    Keyla Fernandes
  • 5 de fev.
  • 3 min de leitura

Mas publicar sem revisar já é demais.


E agora que eu tenho sua atenção, vamos conversar.


Antes de ser escritora, sou leitora. E sou uma leitora exigente. Quero ler bons livros, com boas histórias, e quero que essas histórias, quando escritas em português, sejam escritas em bom português.


Antes de desenvolver mais, quero deixar claro que estou ciente das minhas fraquezas como escritora e que também cometo erros de português — sejam de digitação, ortografia ou gramática. Todo livro, conto, texto de blog (inclusive esse aqui) vai apresentar problemas e errinhos que só um olhar profissional vai identificar e eliminar. Ainda assim, sigo estudando e me esforço sempre para escrever o melhor possível.


Agora, vamos lá.


A polêmica é: livros nacionais publicados cheios de erros.


Tem gente que releva, tem gente que não. Mas o grande problema é quando críticas a um desses livros são interpretadas como críticas à literatura nacional como um todo.


Estou falando aqui de livros com muitos erros, e erros básicos, daqueles que o próprio Word corrige ou que podem ser detectados por ferramentas de revisão. Frases escritas sem o mínimo de preocupação com concordância e coerência. Histórias nas quais fica evidente que a escrita não foi trabalhada, e que o autor não se deu ao trabalho de reler o manuscrito nenhuma vez.


Estou falando de erros desse tipo aqui. EM LIVROS!
Estou falando de erros desse tipo aqui. EM LIVROS!

Eu não dou chance para esse tipo de livro. Não relevo, mesmo.


"Ain, mas temos que apoiar o autor nacional..."


Sim, temos! Mas precisamos lembrar que escrita é trabalho e que, se queremos que nossa literatura seja levada a sério, devemos ser os primeiros a levá-la a sério. Devemos ter um olhar crítico sobre o que estamos produzindo. Até porque livros mal escritos e cheios de erros prejudicam a reputação da nossa literatura. Quando relevamos publicações feitas de qualquer jeito, passamos a impressão de que está tudo bem publicar algo mal feito, e essa normalização afeta diretamente a forma como a literatura nacional e o trabalho dos escritores (principalmente os independentes) são percebidos.


Por isso, é necessário, sim, apontar esses erros e criticar esses livros.


Se queremos publicar um livro, temos o dever de ter o mínimo de conhecimento do idioma em que escrevemos e de cuidar da qualidade do texto. Precisamos ler nossa própria história, fazer ajustes, questioná-la, reler e revisar, nem que seja de forma básica.


Ao ler o trabalho de outros autores, também é importante fazer críticas e apontar o que pode ser melhorado, sempre com respeito e gentileza, é claro. Da mesma forma, quando recebemos críticas e sugestões, devemos lidar com elas de maneira profissional e sensata, pensando em como podemos melhorar.


Isso não tem a ver com dinheiro para pagar uma revisão profissional (embora, se houver condições, seja essencial). Estou falando de bom senso e do interesse genuíno em entregar o melhor trabalho possível dentro das próprias limitações. É sobre entender nossos pontos fracos e fortes e usá-los para evoluir constantemente.


Porque nunca paramos de aprender.


Eu sei muito bem que escrever não é fácil. E, se você, assim como eu, é um escritor independente, a dificuldade é ainda maior.


Às vezes, não temos com quem compartilhar uma história antes de publicá-la. Nem sempre podemos pagar um profissional para revisar e editar o texto. Muitas vezes, acabamos fazendo tudo sozinhos. E está tudo bem, especialmente quando estamos começando.


O problema é achar que, só porque fazemos tudo sozinhos, podemos fazer de qualquer jeito.

Disponível para kindle.
Disponível para kindle.

Nas minhas primeiras publicações, fiz tudo por conta própria. Revisei, editei, e até capas básicas aprendi a fazer. E não, não ficou perfeito. Mas tenho muito orgulho do resultado, porque sei o quanto me esforcei e aprendi no processo. Caso estejam curiosos, procurem A Trilogia da Floresta, minha primeira publicação. Hoje, ela tem uma capa bonita, feita por uma profissional, e o texto está em sua segunda edição, revisado e editado por mim.


Atualmente, temos muito mais acesso à informação e podemos aprender muito sobre escrita apenas... se preparem para a bomba... ESTUDANDO e praticando.


Conhecer as regras básicas do nosso idioma é essencial para quem quer escrever. Para isso, podemos estudar, usar ferramentas disponíveis na internet, como dicionários, videoaulas, inteligência artificial (como ferramenta para identificar e corrigir erros, nunca para escrever por você) e até o Google.


E, claro, a boa e velha leitura.


Nunca subestimem a importância da leitura para um escritor. E destaco aqui a importância de se ler obras escritas em português, e não apenas traduções de livros estrangeiros.


Escrever uma história coerente, concisa e dentro das normas do idioma faz parte do nosso trabalho como escritores. Esforço, estudo e revisão são o mínimo. Isso demonstra cuidado, dedicação e respeito, tanto com nossa própria história quanto com os leitores.



Amém... não, pera.
Amém... não, pera.



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